quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Karmann Ghia na TV

Encontrei um episódio do programa inglês Wheeler Dealers onde restauram um Karmann Ghia conversível alemão de 1969. No Brasil este programa é exibido no Discovery, mas acho que este episódio ainda não foi exibido aqui pois é muito recente.


O carro restaurado neste episódio está em condições bastante boas, já não tiveram que fazer nenhum trabalho de chapeação na lataria externa ou no motor. Mamão com açúcar comparado com o meu, mas vale pela ver pelo bom trabalho que fazem no painel e no disco de embreagem.

Aproveito para desejar feliz ano novo para todos que prestigiam meu blog: Um 2015 cheio de alegria pra vocês!

sábado, 13 de dezembro de 2014

Era Vermelho!

Depois de ficar acumulando poeira por dois meses, finalmente o meu Karman Ghia começou a ser martelado. O trabalho começou pela traseira, que já havia sido refeita no passado. A estratégia é encarar os possíveis problemas logo de cara, para não desmotivar depois. Por baixo da pintura encontramos muita solda e alguns podres, mas segundo o chapeador nada que o assuste.


E foi descascando a pintura próxima da porta (onde, pelo visto, não houve reformas anteriores) que encontramos a cor original: Assim como 90% dos outros KGs já produzidos, o meu saiu de fábrica fardado de vermelho rubi.
A tinta vermelha mais clara era a original. O vermelho escuro era o anti ferrugem.

Isso não influencia em nada a minha escolha pela nova cor, pois a regra da placa preta é clara: O carro deve estar em uma das cores originais do ano, não necessariamente a sua cor original. E como quero fugir do óbvio, este carro não será colorado. Pelo menos na cor.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Opções de Cores

Para obter a placa preta é necessário que o carro esteja com a pintura original ou, em caso de restauração, esteja pintado com uma cor oferecida pelo fabricante na época em que o veículo foi fabricado¹. Qualquer outra cor desqualifica automaticamente o veículo na avaliação do auto clube, então antes de sair pintando seu automóvel antigo com as cores do seu time do coração vale a pena verificar a tabela de cores da sua montadora.

Eu já comprei o carro pensando nisso, pois adoro a pintura "saia e blusa" (capo e carroceira pintados de cores diferentes) e dentre os anos que foram produzidos Karmann Ghias bi colores 1964 foi o ano com o maior número de opções. Segundo o livro de cores do departamento de peças da VW do Brasil² , os clientes interessados em obter um KG saia e blusa em 64 poderiam escolher uma das sete cores abaixo:




>> Amarelo Manilha (código L560)








>> Azul Atlântico (código L360)




>> Azul Meia noite (código L362)




 



>> Azul Polar (código L532)








>> Branco Gelo (código L289)








>> Preto (código L41)








 >> Verde Esmeralda (código L514)







A capota podia ser preta ou branca, o que deixa a escolha pela cor ainda mais difícil. Na minha opinião o teto escuro empresta um ar mais esportivo ao veículo (talvez porque lembre a capota levantada de um conversível), enquanto o branco deixa-o mais elegante. Vale observar que existe uma grande diferença entre o que vemos no monitor e a cor real do carro, por isso vou mandar fabricar amostras das cores que mais gostei para não ter surpresas desagradáveis.

Só para constar, outras cores também estavam disponíveis em 1964, como o clássico Vermelho Rubi, mas apenas na versão monocromática. Como não pretendo fazer uma pintura mono não entrei em detalhes, mas interessados podem visitar os links abaixo³.

Fontes e referências:
¹ Itens Desclassificatórios -Clube de Carros Antigos de Londrina
² Livro de Cores VW - Fusca Clube do Brasil
² Tabela de Cores VW - Volks Clube São Carlos
³ Tabela de Cores VW - Pirituba Fusca Club




sábado, 27 de setembro de 2014

Começou!

Dês do mês passado meu carro está na oficina do Gito , onde passou por um check up completo. Ele detectou um desalinhamento no chassi de 2,5cm e decretou que antes de iniciar a chapeação teria que passar o carro pelo cyborg (que para quem não conhece nada mais é que um conjunto de correntes e pistões que vão esticando o carro até ele ficar alinhado). O Gito me contou que o carro resistiu um pouco, até que houve um estouro e a massa começou a cair da lataria. Ontem começamos a raspar o carro e fiquei impressionado com a quantidade de reboco que tinha nele.

A antiga e espessa massa "Cassique", sendo retirada.
Agora vamos começar a consertar o que os outros não quiseram fazer, iniciando pela traseira. Estou tranquilo sabendo que meu KG está em boas mãos. Mas só alisar e pintar não basta para conseguir a tão almejada placa preta, então defini uma lista de melhorias a fazer no meu Karmman Ghia para elevá-lo ao status de joia rara de colecionador. São elas:

Cor - Embora tenha recebido muitos elogios sobre a cor atual do carro, acredito que este verde não seja o original. Segundo o livro de cores da Volks Wagen, o único verde em que o Karmman Ghia foi oferecido em 1964 era o Esmeralda, mas o meu puxa mais para o azul. Decidi fazer um teste de cor para validar isso e me ajudar a escolher a nova cor.

Painel - Os botões estão fora do lugar e o cinzeiro foi completamente removido para dar lugar a um rádio não original que ocupa mais espaço do que deveria. A coluna de direção é do Fusca, e a ignição deveria ser no lado direito do painel. O alto falante, antes coberto por uma bela grade de formato ovalado, esconde-se agora embaixo de uma peça plástica preta de gosto duvidoso. O Relógio não está funcionando, o sistema de esguicho d'agua foi desativado, e até a cor do painel está errada, pois este era pintado na cor do corpo do carro nas versões saia-e-blusa, e não na cor do teto. Tudo isso terá que ser corrigido, as custas de muito trabalho e dinheiro.

Painel atual do meu carro.                          Painel original de 1964.

Grades - Existia uma telinha preta atrás das grades frontais que serviam para evitar a entrada de sujeira e insetos. Por algum tempo tive dúvidas sobre a originalidade deste item, mas recentemente encontrei-a no manual de manutenção da Volks. Agora tenho que descobrir onde consigo um par em bom estado.

Bancos - Os bancos que estão no meu carro são de outro modelo, e foram aparafusados sobre o trilho do original sem o menor capricho. Terei que comprar novos e corrigir todo o dano causado na instalação dos atuais antes de colocar o estofamento correto.

Bancos atuais do meu carro.                      Bancos originais de 1964.

Motor - Embora estejam funcionando bem, o filtro de ar e a bomba de gasolina não são originais. Confesso que me preocupo com o tipo de problema que colocar as peças originais do motor trarão para meu carro no futuro, já que as peças atuais são mais modernas e retroceder na tecnologia dificilmente melhora a performance do veículo.

Rodas - Até 1966 as rodas do Karmann Ghia eram presas por cinco parafusos e completamente fechadas. As que estão no meu carro tem furos de ventilação para os freios, o que não está correto. Como as rodas são itens de eliminação sumária na avaliação para placa preta, estas terão que ir rodas em outro lugar.

Rodas atuais do meu carro.                       Rodas Originais de 1964.

Ar quente - Se existe um item que atesta a qualidade de um Karmann Ghia é seu sistema de ar quente. Atualmente o meu não funciona, e as entradas de ar do assoalho foram obstruídas, mas recolocaremos o sistema de dutos e o registro ao lado da alavanca de marchas para funcionar novamente.

Luz alta - Uma das coisas que eu mais tenho vontade de experimentar no meu carro após a restauração é o botão de luz alta ao lado do pedal da embreagem. Atualmente o carro está sem este recurso.

Novos pontos de melhoria serão acrescentados  a medida que a restauração for desenterrando os problemas do carro, mas já posso começar a comprar essas peças. Que o falecido senhor Henrique Erwenne interceda no céu a meu favor!

domingo, 14 de setembro de 2014

O Lendário Teto Solar do Karmann Ghia


Desde que iniciei a restauração do Karmann Ghia tenho buscado por literatura confiável para basear meu projeto. E por diversas vezes me deparei com a afirmação de que foram produzidos KGs com teto solar no Brasil. Mas eu nunca vi ou ouvi falar de um nos encontro, nem encontrei fotos na internet. Na verdade a única que consegui foi esta acima, de uma publicidade alemã. Mesmo assim dá para ter bastante certeza que este opcional foi instalado abaixo da linha do equador.

A primeira pista está no manual do carro. Tenho uma cópia do manual de 1964 que dá dicas de cuidados com o "tejadilho corrediço". Segundo o Paulo Cesar Sandler em seu livro Karmann Ghia - O Design que Virou História estes manuais eram impressos em Portugal, por isso o nome engraçado para teto solar. Paulo também afirma em seu livro que este opcional só começou a ser vendido no Brasil a partir de 1965.

Pessoalmente ainda tenho dúvida sobre esta data, pois segundo os sites Best Cars e Retro Auto o objeto deste post só começou a ser oferecido a partir de 1966. Mas o importante é que todos concordam que ele existiu.

Mas a melhor pista (ou devo dizer prova) está em um documento que consegui com meu amigo Fábio: O esquema explodido de peças do Karmann Ghia, direto do manual de manutenção que era enviado à rede de concessionárias WV.

Como é possível ver na figura acima, o teto solar (ou "teto corrediço", segundo este mesmo manual) era do tipo deslizante, e não telescópico, o que já exclui boa parte dos candidatos que encontramos na web. Fica a dúvida porem se ele era de vidro ou metal, pois isso não está especificado no manual.

Assim convido a todos que souberem de algum KG brasileiro conversível de fábrica ou encontrar alguma foto na web a postar o link nos comentários. Mas já aviso: Buscar isso no Google não é tão fácil, pois a Karmann Ghia vem instalando tetos solares em carros brasileiros nos últimos cinquenta anos, e existem mil variações deste opcional. Então analise bem a imagem do manual de manutenção para ter certeza que encontrou o verdadeiro.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

EXPOCLASSIC 2014

Neste final de semana visitei a Expoclassic em Novo Hamburgo, anunciado pelos organizadores como "o maior encontro de veículos antigos em área coberta do Brasil". Deixando de lado a discussão sobre o tamanho do evento, gostaria de dizer que o encontro estava muito bom: Razoavelmente organizado, com mais de setecentos carros expostos nos dois andares, mercado de peças, souvenirs, premiações e carros a venda. A única critica que posso fazer é quanto a distribuição dos carros e a disponibilização de informações, já que a separação por época ou estilo dos veículos deixou a desejar (imagino que se deva a problemas logísticos de preenchimento do pavilhão) e os textos sobre a os modelos e a indústria automobilística nacional eram inexistentes. Mesmo assim recomendo a todos que gostam de antigomobilismo e ainda não foram que visitem a FENAC ano que vem!

Meu objetivo neste encontro, além de apreciar as joias lá expostas, era avaliar o nível dos carros premiados. Fiquei surpreso ao encontrar carros com placa preta pintados de cores inexistente em suas épocas (o que está em desacordo com o a resolução nº 56 do CONTRAN). De modo geral, não fiquei intimidado: Meu Karmann Ghia dará show neste evento em 2015!

Mas chega de conversa, pois é hora de ver algumas fotos. Tirei muitas, então elegi dez (onze com o Porsche) para compartilhar com vocês. Espero que gostem!

Duas BMW Isetta. Adoro estes brinquedinhos, que licenciados no Brasil pela Romi foram os primeiros veículos fabricados no Brasil.
A traseira de um Cadillac 1959. Isso mesmo, não é a dianteira do carro! Reparem no detalhe do volante dentro do carro.
Várias ferraris nesta feira, mas são os Porches que chamam a minha atenção. Muito, mas muito mais bonitos!
 Alpha Romeo 1968. Já havia visto este carro em um encontro do VCC de POA. Ele realmente já correu. Boa parte do interior foi removido e um Santo Antônio foi instalado para dar mais segurança. As alças de couro são para o capô não levantar durante a corrida.
 Chevy 1957 com pintura impecável!
 Corvette 1969, o segundo modelo mais bonito da linha Corvette. (O mais bonito é o modelo 1959. Nem tentem discutir comigo.)
Não lembro o ano deste KG, mas com a ajuda do João estimamos que seja de 1969. Tem várias modificações no interior, e a cor não é original (óbvio). Mas falei com o proprietário e ele ainda pretende restaurá-lo. Por hora quer apenas rodar com ele para encontrar os defeitos e curtir o carro. Boa tática!
 Este KG está bem mais original... De 1969 ou anterior.
 Simca Chambord 1962 com uma bela escolha de cores.
Meu pai, que foi meu parceiro neste passeio, ao lado de um Thunderbird 1959. Valeu paizão!
O Porsche Speedster do João Cesar Santos. Tá praticamente a pé o João, coitado... kkk

sábado, 19 de julho de 2014

A Busca pela Oficina Perfeita

Agora com placa de Porto Alegre
Depois de visitar o CRVA duas vezes para transferir o carro para meu nome e não conseguir devido ao sistema estar fora do ar, tive sucesso nesta quinta-feira. Claro que tive que pagar uma multa por demorar mais de 30 dias após a compra para fazer a transferência (mesmo que a culpa não tenha sido minha), mas mesmo assim fiquei feliz por finalizar esta etapa burocrática. Era só o que eu estava esperando para levar meu carro nas oficinas e começar a orçar a restauração, e comecei pelas dicas que recebi dos sócios do Veteran Car Club.

A primeira, Mecânica Auto Nacional em Porto Alegre, me deixou com uma boa impressão. Estavam com vários carros de membros do clube lá (alguns aguardando peças, outros verba...) e me mostraram prêmios que já ganharam com o trabalho deles. É um negócio de família: a terceira geração de mecânicos é quem está tocando a oficina, e a quarta já está lá ajudando. Me passaram um orçamento completo, incluindo as etapas que eles não executam (como a funilaria, feita por um terceiro de confiança deles). Qualidade tem seu preço, e não é barato. O lado bom é que poderiam iniciar imediatamente, e preveem um tempo total de execução de três meses.

A segunda, Tetra Restaurações em Gravataí, tem foco na funilaria e pintura. Terceiriza a mecânica, a parte elétrica e o estofamento com parceiros de longa data. O dono me atendeu super bem, mas está com tanto trabalho e com tão poucos funcionários que eu teria que amargar até o ano que vem na fila para ele conseguir uma vaga em sua oficina para o meu carro. E o preço também não é baixo. Valeu pela chance de ver as carangas no pátio dele, mas pra mim não vai dar.

Semana que vem vou levar o Karmann Ghia para duas oficinas em Novo Hamburgo e então tomarei a decisão. Se alguém tiver alguma dica aceito sugestões!

domingo, 15 de junho de 2014

Visita ao Veteran Car Club

Neste Domingo levei o Karmann Ghia para o encontro do Veteran Car Club de Porto Alegre para fazer um levantamento de tudo que preciso reformar no meu carro. Cheguei meio acanhado, pois achei que no meio de tantas joias o KG só chamaria atenção pela sujeira e pela ferrugem. Que nada! A turma lá ficou bem interessada no carro, e teceram muitos elogios. Teve até quem achasse que era melhor deixa-lo assim mesmo, todo detonado... kkk Aí já é demais.

Deem uma olhada nos carros que estava expostos por lá:








Além de ver de perto estas raridades eu também encontrei muitas pessoas para discutir a reforma do meu carro. Gente que entende do assunto apontou problemas que terei que resolver no carro, e recebi muitas sugestões de oficinas que posso utilizar. O que não falta neste clube é gente dispostas a me ajudar!

Pra quem gostou das fotos sugiro visitar um dos dois encontros que o clube faz todos os meses:
No 1º Domingos de cada mês - Em frente a Câmara dos Deputados de POA (maior evento)
No 3º Domingo de cada mês -  Estacionamento do Shopping Total (evento menor)

sábado, 7 de junho de 2014

Chegou!

Depois de viajar quase dois mil quilômetros de Ipatinga até Porto Alegre, desembarcou esta tarde meu Karmann Ghia. Mesmo todo sujo da viagem o carro chamou a atenção de vários vizinhos, que vieram ver de perto meu novo xodó.

Fez tanto sucesso no desembarque que eu achei que ia revender ele ali mesmo!

Placa com numeração igual ao ano: O detalhe que faz a diferença!

Já entrei em contato com o Veteran Car Club e descobri que o pessoal lá é bem prestativo. Já recebi diversas sugestões de oficinas para restauração e alguns deles que também são proprietários de Karmann Ghias se ofereceram para ajudar no planejamento da reforma.

Semana que vem vou levá-lo até o Shopping Total para mostra-lo aos colecionadores que se reúnem lá com seus carros. Se alguém estiver interessado em ver diversas joias do passado é só chegar lá Domingo de manhã, entre 9h e 12h. (Se chover o evento será cancelado.)

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Por que restaurar um KG?


Caros amigos, neste ano decidi embarcar em um projeto que visa resgatar algo especial: Um Karmann Ghia de 1964

Nunca gostei muito de carros modernos. Na minha opinião, carros são como música: A maior parte do que está na moda hoje será esquecido amanhã. E se somente uma em cada mil baladas passará pelo teste do tempo, pra que perder tempo ouvindo "as dez mais da semana" se tem tanta coisa antiga que já foi filtrada pra mim? Rolling Stone, Pink Floyd, Carlos Santana... Todos clássicos! Sobre carro penso a mesma coisa, mas com uma diferença: Não dá pra baixar um carro pela internet.

Fábrica da Karmann, em Osnabrük.
É como se as musicas que foram gravadas em vinil, depois de esgotadas as vendas, nunca mais fossem regravas. Nada de CD, MP3, fita K7 ou rádio... As musicas ficariam restritas as suas prisões de PVC negro, e cada disco arranhado seria uma musica a menos no mundo para ser apreciada. O que você faria se o álbum branco dos Beatles estivesse em extinção? Se tivesse um, cuidaria bem dele, não é? Se encontrasse um a venda, mesmo que danificado, compraria para restaurá-lo não compraria? Todo mundo quer cuidar daquilo que tem lhe dá prazer e trás boas recordações.

Um carro que leva o nome da empresa!
Ainda lembro da primeira vez que vi um Karmann Ghia. Foi na esquina da Av. Cristóvão Colombo com a Marechal José Inácio da Silva. Eu não passava de um menino passeando no banco de trás do carro do meu pai, mas o KG me chamou a atenção. Perguntei - "Por que os carros novos não são bonitos como este?" A resposta foi mais ou menos "porque este carro tem cara de carro velho!" Lembro de pensar que ele estava errado, e quando eu tivesse dinheiro iria comprar um desses pra mim. Os outros que ficassem com seus carros novos!

Na época eu não sabia, mas o Karmann Ghia foi um marco na história da Volkswagen. Até o seu lançamento, em 1955 na Alemanha, a empresa só produzia Fuscas e Kombis. Estes dois modelos, que já eram dinossauros vivos naquela época, estavam com dificuldades para competir com veículos com design muito mais atuais. Os executivos da Volks sabiam que seus consumidores estavam cansados das curvas do velho "beatle" e queriam algo que lhes dessem orgulho ao desfilarem nas ruas.

Lanterna e para-choques originais.
A primeira tentativa de criar um novo VW foi feita pela Karmann, empresa alemã responsável pela montagem dos fuscas conversíveis e que nasceu como uma fábrica de carruagens. Ela até apresentou uma proposta mas, como esta estava a quem das expectativas da diretoria da Volks, foi rechaçada. Recorreram então aos estúdios Ghia, na Itália, esmpresa que até hoje é referencia em design. Em pouco tempo eles apresentaram aos diretores da Volks um protótipo montado sobre a carroceria do Fusca. O diretoria ficou muito impressionada e deram o sinal verde para a produção do novo modelo. Nascia assim o Karmann Ghia!¹

As mudanças começaram em 67.
No Brasil o primeiro KG foi produzido em 1962. Contava com motor 1200cc de 36 cavalos e velocidade máxima nominal de 115Km/h (o que era rápido na época). Impresso em uma única chapa de aço, tinha para-choques de barra dupla (conhecidos como "puleiros"), lanternas traseiras em formato de canoa, e sistema elétrico 6 volts. Retrovisor do lado direito e cintos de segurança estavam ausentes, pois não eram itens obrigatórios de segurança na época. Este modelo, considerado por muitos como o mais bonito da história do Karmann Ghia, continuou inalterado até o final de 1966.

Conhecendo os fatos fica fácil ver a importância que o Karmann Ghia teve na história da Volkswagen. E a importância que a Volks teve, por sua vez, na história do automobilismo Brasileiro é inquestionável. Como engenheiro não posso deixar de admirar este carro. Some tudo isso a minha fascinação pelas curvas do carro, que até os dias de hoje chama a atenção de quem o vê passar na rua, e você entenderá porque decidi restaurar um.

Estamos em 2014 e neste ano o carro que escolhi completa 50 anos de idade. Pretendo registrar aqui todo o processo de restauro, para que meus amigos e os amantes deste carro possam saborear junto comigo cada etapa deste empreendimento.

Fontes:
¹História da Karmann Ghia - Wikipedia